1

Na antiguidade, o azeite, alimento rico, era o único meio que os antigos tinham para se alumiar e com ele os gregos ungiam o corpo depois do banho e mantinham os músculos flexíveis, no ginásio.

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O azeite era o combustível principal com que se queimavam os corpos nas piras funerárias e se derramava depois sobre as cinzas, para as perfumar.

3

Durante o Império Novo, no Egipto, (2º milénio antes de Cristo) produzia-se azeite para a iluminação do Palácio Sagrado, o templo do Deus Rá. O azeite era também utilizado para proteger a pele das queimaduras do sol e das gretas e, frequentemente, a pele era massajada com azeite perfumado.

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Os egípcios foram também os primeiros a “fabricar” cremes de beleza a partir de pó de argila amassado com azeite. As massagens regulares do couro cabeludo com uma mistura de azeite, gema de ovo, cerveja e sumo de limão mantinham fortes cabeleiras.

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Os Egípcios no século IX a. C., os Gregos no século VII a. C., e, depois, os Cartagineses no século III a. C., chegaram, via marítima, à Península Ibérica onde trocavam produtos de luxo, azeite e vinho, pelos alimentos de que necessitavam. Foi, igualmente, assim que chegou a Portugal a oliveira domesticada que os Gregos, sabiamente, cultivavam e que tiveram nos Romanos seguidores argutos e inteligentes, igualmente defensores da oliveira e do azeite.

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Escolhendo na base da acidez pode estar a ser enganada(o) pois pode estar a escolher um azeite com mistura de azeite refinado ao qual lhe neutralizaram a acidez com uma base (hidróxido de sódio, por exemplo).

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Foi assim que o azeite chegou até ao território, hoje Portugal, que, com a invasão romana, no ano 218 a.C., se desenvolveu e expandiu. A azeitona e o azeite eram utilizados pelos romanos para cozinhar e também para fazer perfume e óleo de banho.

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No século I a. C., já a capital da Bética, hoje Andaluzia, estava rodeada de olivais, mas foram os Romanos que puseram esses olivais a produzir, copiando dos Gregos os sistemas de cultivo. Enxertavam os zambujeiros, tornando-os produtivos, e desenvolveram os transplantes o que é testemunhado por Virgílio, autor das Geórgicas, quando diz “as oliveiras exigem grandes esforços e canseiras. Todas são transplantadas, colocadas em linha e a sua manutenção acarreta grandes despesas”.

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Grande parte do azeite produzido no território, hoje Península Ibérica, era exportado para Itália. O monte Testaccio, perto de Roma, é o testemunho dessa exportação pois compõe-se quase exclusivamente de pedaços de ânforas da Bética, datadas do período imperial.

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O Templo onde Jesus orou em agonia, segundo Mateus e Marco, chamava-se “Getsêmani”, mas Lucas e João dizem, simplesmente, que ele se dirigiu ao “Monte das Oliveiras”. Não há contradição, pois Getsêmani encontra-se perto do Monte das Oliveiras, a menos de um quilómetro de distância.

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Nos países mediterrâneos, em que a principal fonte de gordura na alimentação é o azeite, a incidência de doenças crónicas e a taxa de mortalidade cardiovascular é uma das mais baixas do mundo, enquanto que a esperança de vida é uma das mais elevadas.

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A Dieta Mediterrânea de que o azeite virgem extra faz parte é Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

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Mais recentemente, um estudo levado a efeito pela Professora Cristina Samaniego Sanchez da Universidade de Granada revelou que os vegetais fritos em Azeite Virgem Extra, por comparação com os mesmos vegetais cozidos em água, apresentaram teores de antioxidantes muito superiores que levam a crer serem assim muito importantes na prevenção de doenças degenerativas crónicas, como cancro, diabetes e degenerescência ocular causadora da cegueira.

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Para se fazer um litro de azeite, necessita-se, em média, de 5 a 6 kilogramas de azeitonas.

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A cor dos azeites só tem a ver com o estádio de maturação das azeitonas. Estas começam por ser verdes, depois verdes amareladas, amarelas esverdeadas, em seguida violáceas ou violetas e, finalmente começam a enegrecer de fora para dentro até ficarem totalmente negras. Isso faz com que os azeites possam apresentar-se verdes, verdes amarelados, amarelos esverdeados e amarelos.

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Há contudo, pelo menos uma variedade de oliveira em que as azeitonas não enegrecem no final da maturação, mas sim ficam brancas como ovos de canário. Ela é a cultivar Leucocarpa, da Magna Grécia.

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A escolha de um azeite deve recair sempre num Azeite Virgem Extra, com base no cheiro e sabor e nunca com base na acidez. A acidez do azeite não tem qualquer influência sobre o cheiro e o sabor do azeite.

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A oliveira tem 46 cromossomas, igual ao número que tem o ser humano.


José Gouveia

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